Hoje, dia 5 de fevereiro, é uma data um pouco triste pra mim, faz
3 anos que meu pai faleceu. Parece que foi ontem que tudo aconteceu... passa
tão rápido! Ele infartou dentro do meu carro, o Beringela. Neste dia
ele ficaria em casa sozinho, e eu iria levar minha mãe a uma consulta médica...
Imagina, o encontraríamos morto! Não gosto nem de pensar... Antes de
chegarmos ao destino, parei em uma farmácia pra comprar um medicamento, entrei
no estabelecimento, fiz o pedido e logo em seguida minha mãe começou a gritar
me chamando desesperada. Ao chegar ao estacionamento, já encontrei meu pai
desfalecido. Minha primeira atitude foi pegar meu celular e ligar para a SAMU,
192. Os atendentes da central queriam me orientar a realizar massagem cardíaca
por telefone e eu, é claro, não tinha condições alguma pra isso. Os
funcionários da farmácia também fizeram de tudo para ajudar. Neste momento, um
rapaz que passava pelo local, um anjo, eu diria, porque depois disso acredito
realmente que anjos existem, perguntou se eu me importava se ele dirigisse o
carro até o Pronto-socorro. Não pensei 2 vezes e entreguei a chave do carro ao
desconhecido. Ele dirigiu rapidamente até o hospital com o pisca-alerta do
carro ligado e buzinando, pedindo licença. Entramos no Pronto-socorro,
onde meu pai foi prontamente atendido e solicitaram que eu e minha mãe nos
afastássemos. Quando percebi, eu estava abraçada neste rapaz desconhecido,
chorando desesperada, e ele me consolando. Este anjo foi muito atencioso,
ligando e perguntando o estado do meu pai após o ocorrido. Bem, meu pai não
resistiu... Conseguiram reanimá-lo, ele ficou em coma, respirando por aparelhos
e aquela cena, ver ele daquele jeito, foi horrível. Ele sempre foi uma pessoa
muito ativa. Meu pai acordava às 6h da manhã com todo o pique, cheio de gás!
Era uma pessoa muito querida, não havia quem não simpatizasse com ele. Sempre
alegre, debochado, nisso eu sou igual a ele, gostava de andar em meio a jovens
e sempre dizia a minha mãe que não iria ficar velho, detestava idosos, e que
iria morrer aos 60 anos. Se era uma premonição, não sei, mas ele realmente
morreu aos 60 anos, deixando muitas lembranças boas. Foi um ótimo pai, isso
posso falar de boca cheia, sempre preocupado com as filhas. As vezes sinto sua
presença e uma saudade imensa, mas sei que, onde estiver, está longe, mas
sempre cuidando de mim! Isso tudo aconteceu na tarde do dia 4 fevereiro e
ele veio a falecer as 7:30h da manhã do dia seguinte, uma quinta-feira. Recebi
a noticia por telefone. Tive de preparar a parte burocrática. Minha mãe não
tinha condições pra isso, então fui a cartório, funerária, escolhi caixão, essa
foi a pior parte, escolhi cemitério. Em todos esses momentos uma tia muito
querida, irmã de minha mãe me acompanhou. O enterro foi realizado no mesmo dia
do falecimento, às 18h. Dói, dói muito! Estou chorando enquanto digito, mas
enfim, a morte é a única certeza que temos na vida e o jeito é se conformar com
a falta, guardar na memória os bons momentos e continuar, porque a vida
continua! Continua pra mim, pra minha mãe aqui, e pra ele em outra dimensão. O
Espiritismo nos conforta, leio muito sobre isso e com esse conhecimento, a dor
se torna suportável. Pelo menos estávamos perto, eu e
minha mãe quando o incidente ocorreu.
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