domingo, 5 de fevereiro de 2012

Três Anos de Saudade


Hoje, dia 5 de fevereiro, é uma data um pouco triste pra mim, faz 3 anos que meu pai faleceu. Parece que foi ontem que tudo aconteceu... passa tão rápido! Ele infartou dentro do meu carro, o Beringela. Neste dia ele ficaria em casa sozinho, e eu iria levar minha mãe a uma consulta médica... Imagina, o encontraríamos morto! Não gosto nem de pensar... Antes de chegarmos ao destino, parei em uma farmácia pra comprar um medicamento, entrei no estabelecimento, fiz o pedido e logo em seguida minha mãe começou a gritar me chamando desesperada. Ao chegar ao estacionamento, já encontrei meu pai desfalecido. Minha primeira atitude foi pegar meu celular e ligar para a SAMU, 192. Os atendentes da central queriam me orientar a realizar massagem cardíaca por telefone e eu, é claro, não tinha condições alguma pra isso. Os funcionários da farmácia também fizeram de tudo para ajudar. Neste momento, um rapaz que passava pelo local, um anjo, eu diria, porque depois disso acredito realmente que anjos existem, perguntou se eu me importava se ele dirigisse o carro até o Pronto-socorro. Não pensei 2 vezes e entreguei a chave do carro ao desconhecido. Ele dirigiu rapidamente até o hospital com o pisca-alerta do carro ligado e buzinando, pedindo licença. Entramos no Pronto-socorro, onde meu pai foi prontamente atendido e solicitaram que eu e minha mãe nos afastássemos. Quando percebi, eu estava abraçada neste rapaz desconhecido, chorando desesperada, e ele me consolando. Este anjo foi muito atencioso, ligando e perguntando o estado do meu pai após o ocorrido. Bem, meu pai não resistiu... Conseguiram reanimá-lo, ele ficou em coma, respirando por aparelhos e aquela cena, ver ele daquele jeito, foi horrível. Ele sempre foi uma pessoa muito ativa. Meu pai acordava às 6h da manhã com todo o pique, cheio de gás! Era uma pessoa muito querida, não havia quem não simpatizasse com ele. Sempre alegre, debochado, nisso eu sou igual a ele, gostava de andar em meio a jovens e sempre dizia a minha mãe que não iria ficar velho, detestava idosos, e que iria morrer aos 60 anos. Se era uma premonição, não sei, mas ele realmente morreu aos 60 anos, deixando muitas lembranças boas. Foi um ótimo pai, isso posso falar de boca cheia, sempre preocupado com as filhas. As vezes sinto sua presença e uma saudade imensa, mas sei que, onde estiver, está longe, mas sempre cuidando de mim!  Isso tudo aconteceu na tarde do dia 4 fevereiro e ele veio a falecer as 7:30h da manhã do dia seguinte, uma quinta-feira. Recebi a noticia por telefone. Tive de preparar a parte burocrática. Minha mãe não tinha condições pra isso, então fui a cartório, funerária, escolhi caixão, essa foi a pior parte, escolhi cemitério. Em todos esses momentos uma tia muito querida, irmã de minha mãe me acompanhou. O enterro foi realizado no mesmo dia do falecimento, às 18h. Dói, dói muito! Estou chorando enquanto digito, mas enfim, a morte é a única certeza que temos na vida e o jeito é se conformar com a falta, guardar na memória os bons momentos e continuar, porque a vida continua! Continua pra mim, pra minha mãe aqui, e pra ele em outra dimensão. O Espiritismo nos conforta, leio muito sobre isso e com esse conhecimento, a dor se torna suportável.  Pelo menos estávamos perto, eu e minha mãe quando o incidente ocorreu.

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