terça-feira, 2 de outubro de 2012

...e vivemos COM os nossos pais.

Ando com uma ansiedade louca por independência, por vezes sufoco o desejo de embarcar em um avião qualquer rumo a outra cidade, distante da minha, distante de tudo que ando no limite de suportar. O medo do novo já nem me impede de fazer isso, mas sim uma situação de apego. E de doença. Doença emocional! Pensando bem, só ainda não fiz isso por causa da Amora, minha cadela. Há dias em que volto pra casa somente por ela. 
Conversando com um grande amigo no fim de semana, papo vai, papo vem sobre os apegos, e pais que viram nossos filhos, mesmo optando por não termos filhos (pelo menos por enquanto), ele me relata a frase dita por um de seus alunos, um senhor cuja filha hoje tem 42 anos de idade:
"- Ainda bem que minha filha não se casou, assim pode cuidar de mim e de minha esposa. Ele teve lá um namorado, mas nós não gostávamos dele."
Meu amigo então me diz: "-Fabi, eu fiquei com uma raiva dele!"
É provável que ele não tenha ficado com raiva do senhor, do seu aluno como pessoa, mas sim de sua postura perante a filha. E sei bem porque esse sentimento brotou. Por que ambos vivenciamos praticamente a mesma situação hoje. Ambos temos a mesma idade, 33 anos e filhos. Pais que viraram filhos! Porque nos sentimos responsáveis por eles. Porque temos irmãos que não colaboram quase nada quando há necessidade de auxílio, porque nossos irmãos vivem a vida como se não tivessem para cuidar os "filhos" que lhe deram a vida.
Outro dia ouvi uma conversa de portão, da minha mãe com uma vizinha que pergunta a ela sobre sua filha mais nova, ela responde que mora sozinha, tem a casa dela (só não contou que ela ajuda a sustentar a "independência dela"). Então a vizinha pergunta: -"E essa aqui?" Era eu! Minha mãe responde com a maior segurança: - "Ah não, essa aqui não me deixa!" Ou seja, ela já havia escolhido o meu destino! Ficar com ela até os últimos dias de sua vida, ou da minha. E os meus desejos? Meus sonhos? Minhas vontades? Não contam. Simplesmente não existem. Falar em sonhos pra minha mãe, ela só lembra do doce, tudo o que ela não pode comer por ser diabética! E depois que meu pai faleceu, a quase 4 anos atrás, a situação piorou.
Eu trabalho, trabalho e trabalho! Estudo, estudo, estudo! E as vezes me pergunto, pra quê? Por quê??
Já sei, ok, ok, ok... estou ligando pra minha terapeuta a-go-ra!   

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